Setembro amarelo: por que uma cor significa tanto?

Os meses que antecedem o Natal e o Ano Novo são conhecidos muito além de seus nomes. Setembro amarelo, outubro rosa e novembro azul deixaram de ser apenas meses, para se tornar cores e conscientizar a população sobre cuidados com a saúde masculina, feminina e, principalmente, a saúde mental. Mas qual o motivo de setembro ser associado à cor amarela?

Bom, a história é de um menino norte-americano chamado Mike Emme. Emme era fascinado por carros e certo dia reformou Mustang pintando-o na cor amarela. O carro era seu xodó e, por conta da cor chamativa, ficou com a identidade do jovem.

Contudo, mesmo muito esforçado em consertar o Mustang e pintá-lo na cor favorita, Mike não conseguiu vencer a depressão e, com apenas 17 anos, ele tirou sua vida no ano de 1994. Durante o enterro, amigos e familiares presentes resolveram homenagear o jovem com algo que era a sua identidade: a cor do Mustang 68.

No dia do velório, foi feita uma cesta com cartões e decorações amarelas. Dentro deles tinha a seguinte mensagem: "Se você precisar, peça ajuda.". A iniciativa foi o pontapé inicial para um movimento importante de prevenção ao suicídio, pois os cartões chegaram realmente às mãos de pessoas que precisavam de apoio. Por conta da história de Mike, setembro ficou conhecido como o mês de prevenção ao suicídio e sua cor, em homenagem ao carro restaurado que o jovem tinha.

Setembro amarelo no Brasil

No Brasil, a campanha teve início em 2015 e desde então é um dos meses em que há maior conscientização populacional e profissional. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), dos casos de suicídio no mundo, a grande maioria é de jovens do sexo masculino dos 15 aos 24 anos.

A OMS ainda disse, em pesquisa revelada no ano de 2019, que 32 pessoas se suicidam por dia no Brasil, o que significa que o suicídio mata mais brasileiros do que doenças como a AIDS e o câncer. 

No ano de 2016, o Brasil registrou quase 14 mil casos de suicídio, onde, desse número, mais de 10 mil eram de homens. Segundo a organização, em nível mundial, a taxa de homens que tiram a própria vida é quase o dobro das mulheres.

Estou passando por dificuldade, como conseguir ajuda?

O profissional mais adequado a ajudar uma pessoa que está passando por problemas emocionais e, principalmente, a depressão é o psicólogo. No entanto, muitas pessoas, por medo de julgamentos, timidez e outros fatores, acabam criando um bloqueio na hora de pedir ajuda.

Uma das formas encontradas para reduzir o grande número de suicídio, foi a criação do Centro de Valorização da Vida (CVV). A assistência, oferecida por voluntários, tem como propósito dar apoio emocional para quem quer e precisar conversar. Apesar de não terem formação em psicologia (o que não é uma exigência), eles recebem treinamento adequado. A discrição também faz parte do serviço, portanto, todas as ligações são sigilosas e as identidades asseguradas.

O que a Ordem DeMolay pode fazer para contribuir?

Engana-se quem pensa que a depressão é uma frescura, “mimimi” ou algo que não deve ser levado a sério. Aliás, um dos motivos que contribuem para que os números de suicídio continuem aumentando é o tipo de tratamento que a pessoa que necessita de ajuda recebe – seja dos pais, amigos ou familiares. Muitas das vezes, a depressão é subestimada e minimizada por outras pessoas.

O que nós, DeMolays, precisamos colocar em mente é que se uma pessoa, seja ela quem for, precisar de ajuda, nós estaremos lá para ajudar. Uma das práticas adotas por alguns Mestres Conselheiros é a conversa com os irmãos e integrantes dos Capítulos, para saber se eles estão precisando de alguma coisa e, até mesmo, para desabafar com quem eles confiam.

Muitas vezes o irmão não tem coragem de se abrir com os pais por medo de sofrer represália ou não ser levado a sério – o que acontece muitas vezes. Nesse caso, ter uma segunda família em que ele possa confiar a ponto de se abrir é essencial para que ele procure ajuda e também desabafe.

Outra maneira do Capítulo ajudar o irmão, ou as vezes algum conhecido que esteja passando por algum problema, é indicar psicólogos, convencer quem precisa da ajuda a passar por uma consulta e, principalmente, sempre estar do lado dele, independente se o momento for de alegria ou de tristeza. Isso é a irmandade, o companheirismo e o maior ensinamento que Jacques de Molay poderia ter nos deixado: a união, independente dos fatores.